sexta-feira, 27 de março de 2015

Cuidado: Energético faz mau pra saúde!

E o excesso cobra seu preço. Quem paga mais caro, geralmente, é o coração. A cafeína instiga o sistema nervoso simpático a liberar hormônios estimulantes, como adrenalina e noradrenalina. Algo preocupante, pois essa dupla propicia o aumento da frequência cardíaca e o estreitamento dos vasos sanguíneos, fazendo a pressão decolar. Em sujeitos com problemas prévios nas artérias - muitas vezes silenciosos -, o efeito eventualmente serve como estopim para um infarto ou derrame.
Esses hormônios excitantes ainda são capazes de fazer o coração bater em ritmo pra lá de apressado, quadro conhecido como arritmia.
O fato de seu coração estar aparentemente livre de enroscos não serve de argumento para abusar das latinhas. Especialmente para quem já atingiu os 40 anos de idade. Com o passar do tempo, sobe a probabilidade de a pessoa ter sido exposta a fatores de risco como pressão alta, obesidade, tabagismo, dieta inadequada, entre outros. Os energéticos seriam, então, um ingrediente extra na equação bombástica. Fora que uma parcela daqueles que à primeira vista esbanjam saúde - são magros, comem direito e fazem exercícios - possuem um risco aumentado de males cardíacos por causa da  herança genética. Mais um motivo para espiar o rótulo e evitar se entupir de cafeína.
A recomendação vale por outras razões, como barrar a gastrite. Isso porque tanto a cafeína como os hormônios excitantes despejados na corrente sanguínea contribuem para a maior produção de ácidos que irritam a mucosa do estômago, o que explica a sensação de queimação. O estado de agitação ainda favorece a ocorrência de tremores involuntários pelo corpo todo, inclusive nas pálpebras. Para piorar, no dia seguinte a tendência é sentir uma espécie de ressaca, com sonolência e tudo mais.
Se as consequências da falta de comedimento já são temerosas nos adultos, imagine em crianças e adolescentes.  Eles são mais suscetíveis aos efeitos da cafeína. As preocupações vão além: é comum que os energéticos sejam misturados a bebidas alcoólicas. Segundo levantamento do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Unifesp, dos mais de 50 mil jovens entrevistados em 2010, pelo menos 60,5% relataram já ter consumido alguma bebida alcoólica, sendo que 15,4% adicionaram o energético ao copo. O perigo é que a mistura potencializa o efeito estimulante do álcool, motivando sua procura em outras ocasiões.


OS EFEITOS DO EXCESSO DE ENERGÉTICO PELO CORPO 


Contrações musculares

A descarga de adrenalina e noradrenalina no organismo pode desencadear contrações involuntárias nos músculos.


Fasciculação

Os níveis elevados de hormônios estimulantes correndo pela circulação fazem as pálpebras tremerem.


Infarto e avc

As substâncias que conferem excitação também geram endurecimento das artérias. No cérebro, o aperto pode levar a um derrame. No coração, a um ataque cardíaco.


Erosão dentária

O pH baixo dos energéticos fomenta um desequilíbrio bucal. Assim, o cálcio sai dos dentes, alterando a superfície do esmalte.


Gastrite

Os hormônios liberados por causa da cafeína da bebida favorecem a produção de ácidos no estômago. Isso explica a possibilidade de queimação.

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